terça-feira, 11 de outubro de 2016

Diário de Bordo, Data Estelar 94370.17

Olho pra trás e, por mera comparação, sei que estou melhor, melhor em formas que nem sei expressar ao certo, hoje me sinto em paz comigo e com o mundo à minha volta, mesmo com os percalços no caminho, a maioria sem a mínima responsabilidade minha, posso, e isso é muito estranho para mim, que sou feliz. Claro, ser feliz é uma impossibilidade imperativa, e felicidade é uma construção emocional que não me é tangível, ainda escreverei melhor sobre o tema, mas estar feliz é sim possível, ainda mais o tipo de felicidade que me permito ter: uma leveza misturada com amor e ternura que nos move à frente.
Sim, é uma visão idílica.
Sim, é uma visão idealizada da felicidade.
Sim, é uma visão positivista e teleológica da felicidade.

Infelizmente, não, felizmente é assim que encaro esse tipo de felicidade, que não quero e não consigo categorizar. Racionalizar tudo, absolutamente tudo, a todo momento, por sinal, foi uma das grandes causas da minha infelicidade. Se há algo que aprendi é que uma das poucas coisas que podemos levar à sério é não levar nada a sério o suficiente que não se possa rir dela mesmo. E isso não é falta de rigor, muito pelo contrário, em diversos aspectos sou, continuo, absolutamente rigoroso, principalmente no que tange a criação criativa e o conhecimento, porém não confundo seriedade com sisudice. Hoje, por exemplo, me sinto ridículo rindo, mas não um ridículo por não achar no riso um local de pertencimento, mas por achar, simplesmente, engraçado eu rir, e há algo de inerentemente ridículo ao se rir.
Enfim, o caminho é longo e a luta, infindável; e o primeiro e mais importante eu já fiz: me reencontrei com a paz interior. Hay que luchar, camarada, hay que luchar...
Avante!

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