sexta-feira, 14 de outubro de 2016

14.10.2016

Acordo,
Tomo um café meio amargo
meio aguado

Corro,
Sempre atrasado
a catraca me dá bom dia

Pendulo,
A cobra férrea corre
a alma à direção oposta

Transpiro,
Outro prédio
outra catraca

Leio,
Relatórios sem fim
onde está minha essência

Passa,
O dia passam as horas
isso é tudo sem sentido

Acaba,
Mais uma vez o túnel
sem luz sem esperança só quero respirar

Adentro,
O amigo me olha
sua saliva é um alento

Degluto,
Tristeza amarga
e desesperança tardia

Deito,
Não há sonhos possíveis
o sentidos se vão em cansaço tedioso

Acordo...

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Diário de Bordo, Data Estelar 94370.17

Olho pra trás e, por mera comparação, sei que estou melhor, melhor em formas que nem sei expressar ao certo, hoje me sinto em paz comigo e com o mundo à minha volta, mesmo com os percalços no caminho, a maioria sem a mínima responsabilidade minha, posso, e isso é muito estranho para mim, que sou feliz. Claro, ser feliz é uma impossibilidade imperativa, e felicidade é uma construção emocional que não me é tangível, ainda escreverei melhor sobre o tema, mas estar feliz é sim possível, ainda mais o tipo de felicidade que me permito ter: uma leveza misturada com amor e ternura que nos move à frente.
Sim, é uma visão idílica.
Sim, é uma visão idealizada da felicidade.
Sim, é uma visão positivista e teleológica da felicidade.