segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Diário de Bordo, Data Estelar 69379

Indo audaciosamente aonde nenhum homem jamais esteve
Sou um animal sensível. Eu sinto as dores e prazeres do mundo. De forma intensa, profunda e irremediável.
Esse é uma das conclusões óbvias, de tão óbvia que eu simplesmente ignorava, que eu cheguei em quase dois anos de terapia, e contando. Aliás, uma das coisas que mais me espanta na terapia é quão cego somos para a nossa própria subjetividade.
Há tempos não escrevia, pelo menos aqui, sobre a minha condição de saúde, sobre a evolução do meu caso. Acho que esse tipo de texto é o único que seja realmente válido para o público em geral que frequenta aqui.

Revoluções


Todo ciclo tem seu fim em seu início
A vida é um eterno reciclar
Estamos no começo e no fim de tudo
O fim, o começo, são faces desbotadas
No mesmo espelho quebrado
Como Dante, estou na meia jornada da vida
E perdido numa selva tenebrosa me encontro
Chego a mais um fim circular
Aonde repousa a esperança de horas melhores?
No começo desse mesmo ciclo
Todo ciclo tem seu fim em seu início

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Sexismo no Boteco

Ontem escrevi sobre a minha viagem a Porto Alegre, você poder ler o post aqui, e uma das coisas mais legais foi ter ido num boteco. Dez anos de amizade à distância pedem um reencontro em um local aonde haveria boas conversas, risadas, bebidas e comidas.
As conversas iam indo, todo mundo rindo, quando de repente, não mais que de repente, um amigo meu chama a atenção para si e exclama:
Depois as mulheres reclamam de machismo” e aponta para duas comandas, uma sua e outra de sua namorada. Na parte de baixo de ambas dois valores diferentes de consumação mínima. No caso, homens pagavam R$ 20,00 e mulheres R$ 10,00. E depois continuava:
Se o feminismo fosse para valer, lutaria por essa igualdade.”

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Deu Pra Ti, Baixo Astral...

No último feriado, fiz algo que há 10  anos venho atrasando: fui para Porto Alegre, após dez anos. Dez longos e tenebrosos  invernos.
A cidade tem um papel fundamental na minha vida, no meu estado de espírito, pois é o lugar aonde mais me sinto em casa, apesar de ter nascido em São Paulo. Não sei explicar, mas existe algo nas ruas da cidade que me completa, algo quase simbiótico. Para quem me conhece minimamente, sabe da importância que a urbe tem, foi lá que tive meus primeiros amores e desamores, criei uma verdadeira guilda de amigos, aprendi a ser feliz, a ser triste, etc. etc. etc. Porto Alegre me proporcionou uma verdadeira educação das afetividades.
Retornar depois de tantos anos, que no momento em que meus amigos me apanharam no Salgado Filho se tornaram ao mesmo um mísero instante e um infinito. Poeticamente, a década ausente durou uma batida do coração.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Jihadistas na Vila Carrão

Mulheres utilizam o hijab tradicional
Os últimos episódios de terrorismo ao redor do mundo tem mostrado, mais uma vez, o lado mais feio, sim, estou sendo pueril, da humanidade. Seja por conta dos ataques em si, para mim que não professo fé alguma, não faz sentido você tentar dominar alguém por conta de uma crença, de meia dúzia de conceitos metafísicos, apesar de respeitar e entender quem tenha fé, seja por conta das consequências sociais sejam elas políticas/militares.
É urgente notar que, não importa as ações militares ou políticas, o terror ganhou a guerra. As cicatrizes geradas por uma série de ações e reações, todas truculentas e atabalhoadas, gerou o novo arranjo geopolítico do século 21.
Não há mais como fechar a caixa de Pandora: para o Ocidente, em termos gerais, todo muçulmano é um terrorista-jihadista-fundamentalista em potencial, e para o Islã todo ocidental é um sionista-imperialista-inimigo-da-fé em potencial.