Envolto nos braços de algum herói
trágico
Me desfaço das roupas da guerra
Estou cansado, farto e ferido
A batalha está perdida, a guerra
sem sentido
Sem esperanças ou sonhos, abraço
meu destino
Será o meu drama, minha tristeza,
meu sofrer
Meu desencanto, minha
infelicidade, minha insônia
Meu desalento, meu futuro, meu
gozo,
Minha temperança, meu regozijo,
meu saber
Minha lira, meu encanto, minha
beleza
Maior do que outro homem?
Sou filho da minha própria alma
Meu maior medo é de eu seja eu
mesmo
Quem outrora fui sentenciado a ser
Um futuro próspero e reto
Quem sou eu para desejar mais?
O que mais quero é quebrar as
vidraças
Desse castelo de cristal que
envolto estou
Os heróis de nada mais me adiantam
Repousar confortavelmente em dor
Daquela que brota das profundezas
d’alma
É meu destino por mim traçado
E quem me impedirá?
Essa gigante quimera que se
esconde
Se esconde atrás, ali, do espelho.
Eu, a pedra no meio do caminho.