Nesse final de semana vamos às
urnas mais uma vez. Mais uma vez, desde 1989 depois de um hiato de 29 anos, o
brasileiro vai poder escolher livremente, na frieza da lei escrita, seus
representantes para exercer o poder. É preciso ressaltar que estamos vivendo o
segundo maior período da República com votações diretas para presidente, o
maior período é o que vá de 1891, dois após a proclamação da república, e a
eleição de Júlio Prestes, que foi eleito mas não chegou a tomar posse, em 1930.
Vivemos, talvez, o maior período
democrático para presidente. Para compararmos eu, com 32 anos, já votei para
presidente três vezes, o meu pai, com 58 anos, votou para presidente somente
seis vezes, sendo a primeira em 1989. Eu votei para presidente pela primeira
vez com 20 anos, meu pai voltou com 33 anos.
Podemos dizer, também, que o
brasileiro finalmente está se acostumando com a alternativa, ou com o modelo,
de se escolher um represente para governar o país, e não ter um escolhido por
ele.
Como o leitor mais assíduo desse
pequeno espaço sabe, defendo um modelo escolar que tenha como objetivo a
formação de cidadãos, em seus mais diversos aspectos, uma educação que abranja
tudo aquilo que a cidadania abranja. Ou seja, se a democracia e a política hoje
sejam parte, importante, da cidadania, a escola deveria ser um espaço de
educação para os jovens e as crianças aprenderem sobre esses assuntos.
Na minha experiência escolar, eu
cheguei a ter eleições simuladas, mas isso não basta. Faltou um aprendizado
mais formal sobre o conceito do voto e obre o que é o poder. Enfim, faltou-me
uma educação política. Mesmo na universidade, levando em consideração que eu
estudo na “maior universidade da América Latina”, não houve nenhum debate entre
candidatos a governador, um cargo que influencia diretamente no cotidiano e nas
contas da própria universidade.
Por que as escolas não podem
abrigar debates entre candidatos para os mais diversos cargos? Por que não
incluir no programa pedagógico uma matéria que ensine o que é uma república, o
que é democracia, enfim, fundamentos básicos sobre política e eleições? Veja,
não defendo de forma nenhuma algo como OSPB (ordem social e política
brasileira), a velha matéria da Ditadura Civil-Militar (1964-1985) que ensina
os alunos patriotismo e nacionalismo, sempre através das tintas específicas dos
militares. O que defendo é uma matéria que ensine os alunos um conteúdo que é
importante e relevante para a vida dele posterior da escolar, enfim, uma escola
que ensine o aluno a pensar com a sua própria cabeça.
Enquanto tivermos um modelo de
escola que do jardim de infância até o ensino médio visa apenas o desempenho no
vestibular, e uma universidade que busca apenas formar profissionais para o
mercado de trabalho, estaremos longe de um modelo de ensino que forme
verdadeiros cidadãos.
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