quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Diário de um Professor: Quem Quer Ser Professor?

Muito se fala da qualidade da escola (pública) brasileira, que acredito não ser o monstro que todos pintam, e da falta de professores, e desses se crítica a motivação e o empenho deles. Ai há dois aspectos bem diferentes: o primeiro se resolveria com uma reforma do sistema educacional brasileiro, que hoje visa apenas a formação de profissionais e a perpetuação do status quo social; o segundo é um ponto mais profundo, talvez uma mudança de mentalidade e uma política de avanços trabalhistas.
Um dos calcanhares de Aquiles da educação é a figura do professor. Totalmente idealizado ao longo do século 20, a imagem do professor passa por uma crise sem procedentes. Somos tachados de abnegados, fazedores de um bem maior, guias para o sumo-saber, entre outros predicados que nos aproximariam cada vez mais das sacerdotisas apolíneas.
Claro, que há o fator de transmissão de saber, mas o professor antes de tudo é um fomentador de saber. Ele seria uma espécie de empreiteiro do conhecimento. Só há professores se há alunos.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

#legalizadilma

Uma das maiores heranças de 1789 foi a disseminação dos direitos individuais do ser humano. Os revolucionários franceses, eu se afã de universalizar todos os aspectos da vida humana, disseminaram a ideia de que todos os homens têm direitos e deveres igualitariamente, de acordo com a lei, não importando origem social, credo ou riqueza. Claro, que durante o movimento não funcionou perfeitamente, afinal as mulheres não tinham os mesmos direitos do que o homem, entre outros aspectos. Era criado, ou retomado, o conceito de cidadão e de cidadania. Sendo você um cidadão, sujeito com direitos e deveres políticos, está respaldado pela lei.
Esse tipo de pensamento, muito comum no iluminismo, especialmente em Kant, revolucionou o Estado e os costumes das pessoas. Talvez uma das maiores mudanças já enfrentadas pelo ocidente sua história. Não é em vão que o maior produto que vendemos aos “outros” é a república democrática.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A Pedra Fundamental do Tradicionalismo

Os modernistas têm o mérito, no campo da literatura, de ser o primeiro movimento genuinamente brasileiro. A cabeça no mundo, mais os pés bem fincados no Brasil. Isso todo um sabor especial para a nossa literatura, diferentemente do regionalismo romântico, o moderno era de fato brasileiro, não uma cópia ou tentativa de aproximação dos estilos norte-americanos e europeus, principalmente o alemão.
Dentro do modernismo, um dos grandes nomes do regionalismo literária está o gaúcho Erico Verissimo e suas narrativas sobre o Rio Grande do Sul. A prosa de Verissimo é de fôlego e um lirismo magnânimo. Porém não é inédita em sua fonte.
Antes de Verissimo houve Simões Lopes Neto. Folclorista, Lopes Neto conseguiu catalogar na palavra escrita diversas lendas e histórias da cultura gaúcha criando a base do movimento tradicionalista, inclusive criando a figura do gaúcho no imaginário do Rio Grande.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Festa da Democracia


A intenção desse texto é apresentar um breve e pequeno balanço sobre as eleições majoritárias desse ano. Antes de mais nada, e que você saia me xingando ou qualquer coisa do tipo, acho necessário abrir meu voto, então eis-los: Luciana Genro (primeiro turno para presidente), Dilma Rousseff (segundo turno para presidente), Eduardo Suplicy (senador), Alexandre Padilha (governador), Legenda do PSol (deputado estadual e federal). Como podemos perceber, meus votos foram mais à esquerda, voltado para um projeto mais progressista e com o viés de desenvolvimento social, não que eu veja necessidade de justifica-los, ainda mais aqui.
Os dois votos mais difíceis para mim foram para governador e no segundo turno presidencial. Segundo o primeiro, a grande dificuldade era ter que escolher algum candidato de peso e força que pudesse ao menos forçar um segundo turno, afinal o projeto tucano em São Paulo sofre de certo comodismo e um senso de perpetuamento no poder; um segundo turno, e uma expectativa real de perder o Palácio dos Bandeirantes fariam o PSDB paulista fazer uma autocritica mais profunda; infelizmente não aconteceu, acredito muito pelo fato do PMDB e do PT em São Paulo não terem se unido para o pleito estadual, além do PSol ter lançado Gilberto Maringoni ao invés de Vladimir Safatale para concorrer ao cargo (Safatale tem mais penetração com o público médio, afinal ele tem colunas tanto na Folha de São Paulo quanto na Carta Capital, além de carregar muitos votos por ser professor do instituto mais politizado da USP).

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Diário de um Professor: Eleições e Educação

Nesse final de semana vamos às urnas mais uma vez. Mais uma vez, desde 1989 depois de um hiato de 29 anos, o brasileiro vai poder escolher livremente, na frieza da lei escrita, seus representantes para exercer o poder. É preciso ressaltar que estamos vivendo o segundo maior período da República com votações diretas para presidente, o maior período é o que vá de 1891, dois após a proclamação da república, e a eleição de Júlio Prestes, que foi eleito mas não chegou a tomar posse, em 1930.
Vivemos, talvez, o maior período democrático para presidente. Para compararmos eu, com 32 anos, já votei para presidente três vezes, o meu pai, com 58 anos, votou para presidente somente seis vezes, sendo a primeira em 1989. Eu votei para presidente pela primeira vez com 20 anos, meu pai voltou com 33 anos.