Há algum tempo que
gostaria de falar sobre esse assunto, mas as correrias da vida, meus projetos
literários e outros compromissos me impediram de me debruçar sobre tal ele. E
qual é ele? A proposta do governo de São Paulo de criar vagões exclusivos no
Metrô e nos trens da CPTM para mulheres nos horários de pico. É o chamado vagão
cor-de-rosa.
Bem, nada como punir
a vítima pelo abuso sofrido. Por que segregar? Já ouço vozes dizendo que é melhor
assim, que blábláblá. Esse projeto fere, no mínimo, o espírito republicano, que
se baseia na igualdade de todos, não importando gênero, raça e crença, perante
à lei e à sociedade.
Por que ao invés de
criar vagões cor-de-rosa, fazer uma campanha educacional mostrando que o homem,
apenas por ser homem, não tem direito algum de se aproveitar de uma mulher, de
qualquer mulher. Por que não prender o cidadão que encoxa, isso quando é o mais
suave do que acontece, por atentado violento ao puder e tentativa de estrupo? A
resposta é simples: tais demandas demoram tempo (educação) e implicam um gasto
de material humano e recursos em um bom policiamento no transporte público.
É tão absurdo essa
ideia do vagão cor-de-rosa que me lembra os tempos dos anos 1960 quando, nos
EUA, haviam lugares pré-estabelecidos para os negros sentarem em ônibus e
trens. Os dois lados são igualmente absurdos.
Segregação nunca é
solução; prevenção e educação sempre serão.
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