sexta-feira, 4 de julho de 2014

Diário de um Professor: Toma que o Filho É Meu

Não sei se vocês já reparam, porém é cada vez mais comum os pais atualmente, por diversos motivos, mas principalmente por motivos profissionais, atribuem aos filhos cada vez mais tarefas, mais atividades extracurriculares, além da escola.
É inglês, Kumon, ballet, futebol, piano, reforço escolar, et cetera e et cetera e et cetera. Fora a educação afetiva, que cada vez mais é atribuída às babás, empregadas, tutores e veículos como televisão e a internet.
Ou seja, os pais têm cada vez mais, dia a dia, atribuem a terceiros a responsabilidade de educar, em aspectos formais e afetivos, seus filhos. É claro, não podemos ser anacrônicos e fingir não entender que o mundo mudou, a mulher está cada vez mais inserida no mercado de trabalho e na chefia das famílias, cada vez profissionais precisam se manter atentos a novas classificações e qualificações, são muitos fatores nessa equação.
Aqui é uma estrada de duas vias: como estar presente e atuante e ao mesmo tempo terceirizar responsabilidades? Acho muito difícil equacionar essa relação. Há, entretanto, que se criticar não apenas os indivíduos e sim ao sistema que obriga esses pais a fazerem isso, porém sem isentar os pais, que também fazem esse desapego por conta de medo, preguiça ou indiferença.

Como sempre digo e repito, educar é uma tarefa enorme, complexa e muito aguda e profunda, e vai muito além da oferta de boas escolas, atividades construtivas ou acesso a bons tutores e professores particulares. Quase sempre, o desempenho escolar e a formação como ser humano tem um resultado maior com a presença dos pais, ou cuidadores, com os filhos, que de forma afetiva e amorosa tende a passar valores para a vida.

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