Não sei se vocês já
reparam, porém é cada vez mais comum os pais atualmente, por diversos motivos,
mas principalmente por motivos profissionais, atribuem aos filhos cada vez mais
tarefas, mais atividades extracurriculares, além da escola.
É inglês, Kumon,
ballet, futebol, piano, reforço escolar, et cetera e et cetera e et cetera.
Fora a educação afetiva, que cada vez mais é atribuída às babás, empregadas,
tutores e veículos como televisão e a internet.
Ou seja, os pais têm
cada vez mais, dia a dia, atribuem a terceiros a responsabilidade de educar, em
aspectos formais e afetivos, seus filhos. É claro, não podemos ser anacrônicos
e fingir não entender que o mundo mudou, a mulher está cada vez mais inserida
no mercado de trabalho e na chefia das famílias, cada vez profissionais precisam
se manter atentos a novas classificações e qualificações, são muitos fatores
nessa equação.
Aqui é uma estrada de
duas vias: como estar presente e atuante e ao mesmo tempo terceirizar
responsabilidades? Acho muito difícil equacionar essa relação. Há, entretanto,
que se criticar não apenas os indivíduos e sim ao sistema que obriga esses pais
a fazerem isso, porém sem isentar os pais, que também fazem esse desapego por
conta de medo, preguiça ou indiferença.
Como sempre digo e
repito, educar é uma tarefa enorme, complexa e muito aguda e profunda, e vai
muito além da oferta de boas escolas, atividades construtivas ou acesso a bons
tutores e professores particulares. Quase sempre, o desempenho escolar e a
formação como ser humano tem um resultado maior com a presença dos pais, ou
cuidadores, com os filhos, que de forma afetiva e amorosa tende a passar
valores para a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário