Oi, pessoal, tudo
beleza?
Como eu já havia
dito, agora que acabou a Copa, assunto aliás que renderá uma série de posts,
tanto sobre campo e bola como de outros assuntos, por aqui, volto à atividade
normal do blog.
Para marcar essa
retomada, que tal falarmos um pouco dessa nova escalada de violência entre
israelenses e palestinos? Assunto que há anos vêm tomando conta das mentes mais
preocupadas do mundo, em amplos aspectos.
Para começo de
conversa, eu não gosto quando usam a expressão “judeus vs. palestinos”, há pra
mim ai um problema semântico, afinal os judeus de hoje não formam um povo,
formam sim uma cultura e uma religião. Qualquer tentativa de ligar as pessoas
que vivem em Israel hoje com o antigo povo hebreu é uma falácia sem tamanho.
Como sabemos, aquele
antigo povo hebreu teve que emigrar para diversos pontos do globo (Rússia,
leste europeu, Etiópia, etc.) e acabou se mesclando com os mais diversos povos
e formando, assim, novos povos. Para isso, basta comparar o idioma falado pelos
judeus russos, o iídiche, com o dos judeus árabes/palestinos, o hebreu. Sobre
esse aspecto, é bom lembrar que o hebreu foi uma língua mais ou menos inventada
a partir de textos da Torá para que o então nascente Estado de Israel pudesse
ter uma identidade cultural.
A grande questão
entre israelenses e palestinos é histórica e geográfica, passando por diversos
pontos, até com ecos do antigo imperialismo europeu pré-Primeira Guerra
Mundial. É sempre bom lembrar que os britânicos sempre apoiaram a causa
árabe/palestina e os estadunidenses sempre apoiaram os judeus (por tempo, quase
um terço do eleitorado regular dos EUA é judeu, o que tem um grande impacto em
qualquer decisão pró-Israel). E ainda contém ecos da Guerra Fria, os soviéticos
apoiavam os palestinos.
Eu, particularmente,
não sou contra o estado de Israel, sou contra o genocídio e o massacre que esse
estado vem fazendo desde sua gênese, quebrando diversas leis internacionais.
Basta lembrar das prisões, julgamentos e execuções de antigos nazistas em
países sem ao menos tratar da extradição desses. Basta ver o filme Munique para entender como o Mossad
trabalha.
Na minha modesta
opinião, deveria haver um estado de Israel sem a diferenciação entre judeus e
mulçumanos, que é o cerne da questão. A maior parte da população israelense,
mesmo entre os judeus, é de origem árabe, os chamados sabbra, portanto não são árabes contra judeus, se trata ainda da
velha questão religiosa voltando com tudo. A simples solução seria um estado
laico, e ponto, grande parte dos problemas estaria reduzida. É impressionante
como Jerusalém consegue despertar o ódio nas pessoas, tanto em sua defesa
quanto naqueles que a querem tomar.
É preciso lembrar,
para encerar, que os israelenses detêm boa parte das terras férteis, das terras
cultiváveis e os acessos à agua doce da região da Palestina. Dessa forma
constatamos um estado moderno, aparentemente democrático e rico, com bons
índices de desenvolvimento humano, enquanto do outro lado temos um estado
pobre, com índices sociais alarmantes.
Temos, nesse delicado
enclave entre Ocidente e Oriente, entre nós e eles, uma das últimas fronteiras
do imperialismo territorialista e da Guerra Fria no mundo. Uma lástima, para as
vítimas de ambos os lados, que pensam lutar uma guerra. Isso não é uma guerra,
é pura selvageria.
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