quarta-feira, 30 de julho de 2014

Diário de Bordo, Data Estelar 69451.7

Hoje volto ao tema da minha condição de saúde, que como meus leitores sabem é um dos temas mais recorrentes da minha vida. Caso você não tenha ciência, ou é a sua primeira visita aqui, eu tenho depressão crônica recorrente. Gosto de falar sobre o tema, por vários motivos: primeiro, porque é um assunto referente à minha pessoa, e assim eu acabo me conhecendo muito mais; segundo, porque há muitos mitos e preconceitos sobre essa doença, e acho que qualquer esclarecimento é fundamental.
Desde a última vez que eu escrevi aqui sobre a minha condição, acho que já faz mais ou menos um mês, eu havia parado de tomar a medicação, mais uma vez, estava quase sem dar aulas, principalmente por conta da Copa e de ser começo de ano, e por achar duas coisas: que não estava fazendo efeito e que estava me sentindo melhor sem ele. Outro motivo foi que troquei de psiquiatra, eu me tratava com um médico muito bom, apesar de mucho loco, e não havia gostado do atendimento desse novo. Pois é, a vida tem dessas coisas.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A Velha Questão Palestina


Oi, pessoal, tudo beleza?
Como eu já havia dito, agora que acabou a Copa, assunto aliás que renderá uma série de posts, tanto sobre campo e bola como de outros assuntos, por aqui, volto à atividade normal do blog.
Para marcar essa retomada, que tal falarmos um pouco dessa nova escalada de violência entre israelenses e palestinos? Assunto que há anos vêm tomando conta das mentes mais preocupadas do mundo, em amplos aspectos.
Para começo de conversa, eu não gosto quando usam a expressão “judeus vs. palestinos”, há pra mim ai um problema semântico, afinal os judeus de hoje não formam um povo, formam sim uma cultura e uma religião. Qualquer tentativa de ligar as pessoas que vivem em Israel hoje com o antigo povo hebreu é uma falácia sem tamanho.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sim, Somos Corruptos


Na minha experiência como professor de português para estrangeiros, campo, aliás, cada vez mais amplo por aqui, eu tenho que explicar um monte de gírias e expressões idiomáticas para os estrangeiros que vivem no Brasil.
Algumas traduções são quase impossíveis, como “tomara que caia” e enfiar o pé na jaca”, porém outras são impossíveis mesmo, não por uma questão linguística, mas por uma questão de cultura.
Aquela mais óbvia, por vários motivos, é o tal “jeitinho brasileiro”. Tente explicar para um alemão ou para um escandinavo, e suas lógicas puras, o que é esse tal “jeitinho” que tudo resolve. Eu já passei por isso, e, acredite, não foi muito fácil...
Mas o que está no cerne, no âmago, dessa questão? Eu estou plenamente convencido que é a falta de comprometimento com as regulações e regulamentos vigentes, sempre tendo como ponto de vista de obter os melhores resultados para si. Ou seja, corrupção.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Diário de um Professor: Toma que o Filho É Meu

Não sei se vocês já reparam, porém é cada vez mais comum os pais atualmente, por diversos motivos, mas principalmente por motivos profissionais, atribuem aos filhos cada vez mais tarefas, mais atividades extracurriculares, além da escola.
É inglês, Kumon, ballet, futebol, piano, reforço escolar, et cetera e et cetera e et cetera. Fora a educação afetiva, que cada vez mais é atribuída às babás, empregadas, tutores e veículos como televisão e a internet.
Ou seja, os pais têm cada vez mais, dia a dia, atribuem a terceiros a responsabilidade de educar, em aspectos formais e afetivos, seus filhos. É claro, não podemos ser anacrônicos e fingir não entender que o mundo mudou, a mulher está cada vez mais inserida no mercado de trabalho e na chefia das famílias, cada vez profissionais precisam se manter atentos a novas classificações e qualificações, são muitos fatores nessa equação.
Aqui é uma estrada de duas vias: como estar presente e atuante e ao mesmo tempo terceirizar responsabilidades? Acho muito difícil equacionar essa relação. Há, entretanto, que se criticar não apenas os indivíduos e sim ao sistema que obriga esses pais a fazerem isso, porém sem isentar os pais, que também fazem esse desapego por conta de medo, preguiça ou indiferença.

Como sempre digo e repito, educar é uma tarefa enorme, complexa e muito aguda e profunda, e vai muito além da oferta de boas escolas, atividades construtivas ou acesso a bons tutores e professores particulares. Quase sempre, o desempenho escolar e a formação como ser humano tem um resultado maior com a presença dos pais, ou cuidadores, com os filhos, que de forma afetiva e amorosa tende a passar valores para a vida.